Só Garotos

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Esses dias estava numa conversa literária com as amigas, mais especificamente sobre literatura biográfica e entre um “biografia é o meu estilo preferido” e outro, eis que ouço: “eu adoro biografias, não importa muito se eu eu gosto da pessoa ou não, biografias costumam ser legais”. Diante disso não tinha como não indicar o livro que vou indicar aqui hoje: Só Garotos, a autobiografia de Patti Smith que a fez ganhar o National Book Awards, um dos mais respeitados prêmios literários dos Estados Unidos.

Depois de tê-lo lido e considerado um dos livros da minha vida, posso dizer que Só Garotos é muito, MUITO mais que uma biografia, está bem mais para uma viagem de volta ao cenário beat norteamericano, da década de 1970, de uma época onde a ideia era “respirar” arte. Me arrisco a dizer até que é um livro nostálgico – de um tempo que obviamente não vivi -, mas quando ouço músicas ou, sei lá, qualquer coisa ligada a esse tempo, sinto que Patti já me contou tudo que havia de mais legal por lá.

Acho que estou escrevendo esse post há mais de três semanas, nunca consigo achar as palavras exatas para descrever o quanto Só Garotos é encantador.

Nele, Patti, que cresceu em Nova Jersey, começa contando sobre sua rotina bastante pacata na cidade, até que aos 20 anos decidi ir a Nova Iorque em busca de uma nova vida. Na mala? Um livro de Rimbaud (poeta que ela tanto amava) e mais nenhum tostão furado.

Lá ela passa por maus bocados, até conhecer Robert Mapplethorpe, que muda sua trajetória para sempre e para quem Patti prometeu um dia escrever o livro com a história de suas vidas. Juntos os dois vivem um grande amor, tanto de um pelo outro, quanto dos dois pela arte.

De forma cronológica, Patti conta como os dois eram realmente parceiros de vida. Quando queriam conferir alguma exposição na cidade, apenas um entrava no museu e contava para o outro como era tudo lá dentro. Em uma época muito difícil, quando os dois realmente passavam fome, Mapplethorpe chegou a se prostituir para conseguir dinheiro.

Mas, o sonho de ser um grande artista sempre falou mais alto dentro de ambos. Robert com a ideia fixa de se tornar um artista plástico respeitado e Patti com o objetivo de disseminar seus poemas pelo mundo.

Eles passam por grandes mudanças, como quando Robert se assume gay e os dois passam a se ver apenas como amigos, ou como quando se mudam para o lendário hotel Chelsea e convivem com artistas como Janis Joplin, Savador Dalí e Jimi Hendrix. Eles também conseguem frequentar o círculo de amigos de Andy Warhol. E essa é uma das partes mais legais, interessantes e curiosas do livro. Patti e Robert passam um bom tempo tentando frequentar a tal távola redonda de Warhol.

Depois de se incluírem socialmente, os dois – com talento de sobra – conseguem se destacar com suas formas artísticas, mas ainda sem serem mundialmente famosos. Patti começa a fazer recitais de poesia, muitas vezes na companhia de Allen Ginsberg, e a transformar suas letras em canções.

Já Robert Mapplethorpe passa da carreira de artísta plástico à de fotografo e expressa sua arte através de imagens, em sua maioria de homens nus ou de cenas sadomasoquistas.

No “pós-livro” Mapplethorpe deixou sua marca no mundo das artes e se tornou um dos maiores ícones da fotografia. Assim como Patti Smith, considerada a precursora e a grande poetisa do Punk. Seu disco “Horses” (1975), que teve a capa fotografada por Robert, é um dos mais influentes da história do rock and roll.

Mas o livro termina sem grandes exaltações, Patti não se vangloria de seus feitos, seu final se dá quando ela recebe por telefone a notícia da morte de Robert, vítima da AIDS.

É um livro sem explicações, é preciso ler! E mesmo para quem não conhece o trabalho de Patti Smith ou Robert Mapplethorpe é uma grande experiência, de onde é impossível sair sem se tornar admirador de uma das maiores mulheres do rock!

Los Hermanos 2012

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A terça-feira de feriado foi dia de notícia para fazer diversos corações do Brasil mais felizes. Bruno Medina, tecladista do Los Hermanos, anunciou em seu blog no G1 a confirmação de uma turnê da banda em 2012. De acordo com o músico, será uma turnê pequena, que passará pelas cidades de: Recife, Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador, Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. E apesar de incluir diversas cidades, a turnê durará apenas dois meses, abril e maio, mesma época de comemoração dos 15 anos do Los Hermanos, uma das bandas brasileiras que arrebatou mais fãs nos últimos anos.

É engraçado isso, né? Pensar em quantos fãs o Los Hermanos conquistou depois de ter acabado. Claro, a banda sempre teve seguidores fiéis desde seu início – e quando falo disso, uso como base uma amiga muito querida que sempre tentou me convencer de que Los Hermanos era o máximo, ela até convenceu, mas com um atraso que significou muitos shows perdidos -. Ainda lembro do seguinte convite que recebi dela um dia no carro: “Vê, vamos no show do Los Hermanos comigo? É o último deles aqui em São Paulo, eles vão acabar”, seguido da resposta: “Eu to de boa, Má”. Bom, já sabe, se arrependimento matasse…

Bom, lamentações a parte, não adianta se fingir de “a primeira fã da banda” porque não sou. Sempre tive um preconceito gigante por causa de Ana Júlia, mas quando a banda acabou, não sei porque e não sei como, não me pergunte, ela caiu de parquedas na minha vida e me “convidou gentilmente” a entrar para um bloco de milhares de eu sozinhos. E cá estou eu, tendo Los Hermanos como uma das bandas da minha vida.

Quando os caras entraram em seus projetos paralelos, até que saíram coisas bem legais, como a Little Joy, do vocalista Rodrigo Amarante com Fabrizio Moretti, do Strokes, e Binki Shapiro. Eu adoro, mas nada que se compare a sinceridade e a sonoridade das músicas feitas pelos quatro barbudos juntos.

É isso. Paixão contextualizada, só me resta falar o quanto essa turnê, por mais rápida que seja, significa para todos que esperavam ansiosamente por um show exclusivamente do Los Hermanos. Digo exclusivamente porque no ano passado, a banda se juntou para uma apresentação especial no SWU, eu estava lá e posso dizer, foi realmente especial, um show com carinha de: “desculpem, nós nem ensaiamos direito, só viemos porque vocês pediram”, mas foi um delícia, inesquecível.

Abaixo um trechinho do Especial SWU que escrevi para ONNE, quando fui cobrir o festival.

“Com uma pontualidade fora do comum em eventos desse porte, o Los Hermanos entrou no palco às 19h50 e fez a emoção tomar conta das mais de 50 mil pessoas presentes no gramado. Com uma setlist definida como “perfeita” por muitos fãs, a banda abriu o show com Além do que se vê, que fez os que aguardavam pelo retorno dos barbudos derramarem lágrimas de felicidade. Na sequência, Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo, extremamente simpáticos, gratos e divertidos com o público, tocaram faixas como, Todo Carnaval tem seu fim, Retrato pra Iaiá, Morena, Vencedor, A Flor, a agitada Deixa o Verão e tantas outras que completaram os 60 minutos mais uníssonos do dia.”

O problema é que só deixou a vontade de ver um show dos caras ainda maior. Mas, felizmente isso vai poder acontecer em 2012. Agora a única dúvida que deve estar rondando a mente de todos que querem ver um show da banda é: como será a venda de ingressos. Porque, de verdade, estou apreensiva quanto a isso.

Vamos lá, todos apostos para o primeiro dia de venda de ingressos.

W.E. e seu figurino

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Madonna deciciu seguir os passos do ex-marido Guy Richie e dirigir seu próprio filme. O longa da rainha do pop, que recebe o nome de W.E., será lançado no Festival de Veneza, que acontece de 31 de agosto a 10 de setembro. W.E. conta a história de Wallis Simpson, uma socialite norteamericana, e de seu romance com o rei britânico Eduardo VIII.

A história é conturbada, pois quando Eduardo VIII decidiu se casar com Wallis, uma americana em processo de divórcio, ele acabou causando uma crise constitucional, que o levou a abdicação do trono em 1936. Depois disso é seu irmão, George – aquele mesmo do “O Discurso do Rei” – que fica com o trono.

Na verdade esse é o segundo filme dirigido por Madonna (o primeiro foi Sujos e Sábios, de 2008), e apesar de não ser lá muito fã da cantora, W.E. merece ser citado, principalmente por seus figurinos incríveis. E assim, aqui vai mais um post sobre o assunto.

As primeiras imagens do filme já foram divulgadas, na Vanity Fair de setembro, e mostram toda a atenção que os figurinos tiveram na produção do longa. A assinatura dele é de Arianne Philips, mesma figurinista de Johnny & June (já convenceu!).

Pois bem, Arianne Philips produziu looks com peças feitas pela Dior, Cartier, Dunhill e chapéus de Stephen Jones. E segundo a Vanity Fair, o filme conta com mais de 60 figurinos. É roupa demais, minha gente. E uma mais linda que a outra.

Como não poderia deixar de ser em uma trama envolvendo a família Real, os looks são cheios de sofisticação, muito devido também ao glamour dos anos 1930, época em que se passa W.E. Nas peças: muito grafismo, cores sóbrias e vestidos acinturados. Do jeitinho vintage que a gente gosta.

Se Madonna vai se sair bem como diretora, isso a gente não sabe, mas já ganhou nossos coraçõezinhos escolhendo uma figurinista incrível.

E a Zara, hein?

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Fiz um artigo para o ONNE com a minha opinião sobre o caso Zara.

Na última terça-feira (15), o programa A Liga da Band teve como tema o trabalho escravo. E além da exploração dos carvoeiros e dos pedreiros de diversas partes do país, o programa mostrou como a gigante do fast-fashion mundial Zara trata seus “contratados”. A notícia já amanheceu como a principal chamada de diversos sites de moda, gerou muita polêmica e rendeu à empresa espanhola de Don Amancio Ortega – ironicamente o homem mais rico da Espanha – muita dor de cabeça por sua colocação no Trend Topics Worldwilde do Twitter.

Pois bem, a Zara já foi assunto para diversos blogs de moda por conta de suas peças super antenadas. Isso é, o que está na passarela da Prada em um dia, na manhã seguinte está na rede de fast-fashion, não é mesmo? Foi assim com as listras de Miuccia, está sendo assim com as roupas estreladas da Dolce&Gabbana.

No entanto, as investigações do Ministério do Trabalho acompanhadas pelo programa A Liga mostraram que tamanha agilidade de produção, pelo menos no que diz respeito à confecção das peças no Brasil, se dá por conta da quantidade de horas, das jornadas duplas, que bolivianos e peruanos, que vieram ao Brasil em busca de crescimento e encontraram a costura dos itens da Zara como meio de sustento, fazem, para, assim, ganharem entre R$ 2 e R$ 3 por peça produzida – o que resulta em um valor muito menor do que os R$ 545 do salário mínimo e isso já constata exploração. 

Para completar, essas pessoas perdem o direito de ir e vir quando precisam pedir autorização para saírem das oficinas de costura, que também servem de moradia, quando bem entendem.

Como reação à polêmica a Inditex – companhia de Don Amancio Ortega – respondeu que toda a irregularidade foi causada pelo fornecedor brasileiro da companhia que terceirizou oficinas de costura sem autorização. 

Fato é que, se a Zara brasileira é a única que explora seus trabalhadores ninguém sabe, ou até sabem lá pelas bandas espanholas, mas que isso não acontece só na Zara, ah, isso todo mundo, pelo menos, deveria saber. E o documentário The Corporation (2003) de Michael Moore está aí para provar isso, constatando casos muito parecidos na Nike, por exemplo.

Voltando à Zara, o engraçado é que a crueldade do trabalho escravo acontece justamente no país em que os produtos da loja são vendidos pelos valores mais exorbitantes. Enquanto em outros lugares do mundo é possível encontrar itens na loja por US$ 15, por aqui os preços equivalem aos de grifes como Cavalera, Ellus, e assim vai… ou seja, de marcas não fast-fashion.

Mas, a pergunta que fica em meio a toda essa discussão é: e você, vai deixar de comprar na Zara? Pois eu respondo o seguinte: Não. Não vou deixar de comprar itens que já estão nas araras porque o Estado não age corretamente. A peça já foi produzida, mas é preciso que os órgãos de fiscalização, esses sim, tomem as devidas providências. Afinal, se fôssemos parar de consumir tudo aquilo que é superfaturado em cima de mão de obra barata muito provavelmente pararíamos de “viver”. Ou você acha que comprando em lojas menores não está compactuando com a exploração de grandes fábricas anônimas distribuidoras?

O problema é que a Zara, assim como a Nike e outras tantas multinacionais gigantes, precisa sim servir de exemplo e ser íntegras. Estas redes precisam sim ser fiscalizadas pela grandeza do nome e pela necessidade de legalização. Quem sabe assim o Brasil, e todo o restante dos países do chamado terceiro mundo, que dispõem de tanta mão de obra barata; não vai pra frente? Não adianta se rebelar somente da boca para fora, quem precisa reorganizar todo o sistema é o próprio sistema, o Estado. A gente só precisa cobrar que isso funcione, mas cobrar de verdade, não como cobramos todo o resto.

Da série: figurinos apaixonantes

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Well, well, vamos lá… começar do começo. Quase um recomeço!
Mudei o nome do blog porque alguém com pouco ou zero de cérebro criativo fez o favor de copiar o nome do meu querido “Vitrola Fashion”. Então, o jeito é seguir em frente e migrar para uma nova ideia. Simples assim.

Explicações feitas, agora voltemos a postar decentemente.

O post de hoje é sobre um assunto velho, mas que vem de uma inspiração nova: 500 dias com ela! Oi?

Pois é, o filme é de 2009, mas nunca é tarde para recitá-lo. É um dos meus preferidos e uma super pedida para um domingo ocioso, não é mesmo? Como o revi hoje, vou usá-lo de tema para o primeiro post do “novo” blog.

Esse é um dos filmes mais levinhos e apaixonantes do universo. Deve entrar para o grupo dos “Sessão da Tarde” logo menos – pelo menos deveria – e fazer companhia para outros tantos longas tão deliciosos quanto ele. Como, The Wonders, Meu Primeiro Amor e Curtindo a Vida Adoidado.

O enredo é simples e desinteressante se vier desacompanhado de trailer. Basicamente trata do não romance entre Summer e Tom. Sim, não romance porque Tom é loucamente apaixonado por Summer, que, por sua vez, é uma espécie rara na terra de garotas que não acredita no amor. Assim, ela passa longe de relacionamentos sérios.

Mas, não deixa de aproveitar a boa companhia do garoto por, como o título diz, 500 dias – que são contados de forma não cronológica.

Sem graça? Talvez. Isso se o casal não fosse interpretado por Joseph Gordon-Levitt e Zoey Deschanel, se a trilha sonora não trouxesse Smiths, Carla Bruna, Regina Spektor e She & Him – sem contar as performances dos personagens no karaokê, quando Tom canta Here Comes Your Man, do Pixies, e Summer canta Sugar Town, de Nancy Sinatra -, e se os figurinos não fossem tão encantadores.

E é disso que vou falar aqui.

Summer tem um pezinho no retrô e abusa dos vestidos floridos, saias rodadas, cardigãs e camisas românticas, usadas com shorts de cintura alta. Tudo sempre com muito azul e, na verdade, usado de forma muito atual, muito cotidiana. Porque no fim das contas, o retrô é atual.

Já Tom faz o tipo moderninho e suas produções buscam referências nos geeks de hoje em dia. Seu figurino é composto de muitas camisetas de bandas acompanhadas por blazeres, e de camisas sociais com gravatas slim e coletes, ou cardigãs.

Mas, Tom não perde a pose de “menino descolado” e mesmo nas produções mais formais faz a diferença na sobreposição de cores e nos detalhes de estampas.

Figurinos pra ninguém botar defeito. Nem homens, nem mulheres.

A minha salvação pro rock

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No mês passado uma das bandas que eu mais gosto nessa vida, a Arctic Monkeys, lançou um single surpresa para anunciar seu próximo cd, Suck It And See. O single lançado chama-se Brick by brick. Aí, para o aumento da minha felicidade, nesse mês, além do Arctic Monkeys disponibilizar outro single (Don’t sit down cause I’ve moved you chair, hahahaha nome bom demais), eu ainda baixei tive acesso ao novo álbum do Strokes, Angles, lançado no fim de março desse ano. Fora tudo isso, ainda tenho ouvido o último disco do Kings of Leon, Come Around Sundown (lançado no final de 2010) loucamente, tipo o dia todo MESMO! Apesar do álbum já ter seis meses, só conseguiu me conquistar agora, com a faixa Birthday, que me levou a todas as outras e tem feito meus dias muito mais inspiradores.

Ok, resumindo, todos os trabalhos são muito recentes, vêm de bandas que com certeza fazem parte do top 10 bandas da minha vida e, por tudo isso, me despertaram a ideia de escrever sobre uma rotulação que já foi muito proferida na mídia, mas que anda sumida: A SALVAÇÃO DO ROCK.

Esse título foi reservado a estas bandas – com excessão de Arctic Monkeys, que estourou algum tempo depois – no início dos anos 2000, principalmente ao Strokes. A banda surgiu em um cenário bastante monótono do rock, onde não havia nenhuma grande banda ou movimento musical, nada que alcançasse os fãs de rock em sua maioria. Aí eles chegaram, começaram a ser super comentados pela mídia e pelos críticos de música, seus shows eram frequentados por grandes nomes do rock na plateia, e o estilo, acima de tudo, era único (até então), com músicas de qualidade, bem produzidas e com uma essência rock and roll que andava escassa naqueles tempos.

Mas, tudo isso, é só contexto. O que importa mesmo é vim aqui falar sobre A MINHA salvação pro rock e até filosofar dissertar um pouco sobre gosto musical alheio.

Essa “rotulação” pode ser super criticada e tal, mas pra mim ela é mais do que válida. Isso porque eu dou um salto cronológico gigantesco na história do rock se for listar minhas preferências. Bom, exemplificando, elas passam pela década de 1950, com Elvis, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Chuck Berry e diversos outros, depois pela de 1960, com Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan, pela de 1970, com Clash e Ramones, e pulam para o cenário do rock atual, com as já citadas Strokes, Arctic Monkeys e Kings of Leon.

Isso falando das minhas bandas e músicos/cantores preferidos. É claro que nas décadas que mediam essas já citadas tem muita coisa que eu ouço incansavelmente e que gosto muito, como Straycats, Red Hot Chili Peppers, Rage Against the Machine, Incubus, Queens of the Stone Age, Foo Fighters… putz, muita coisa. Mas nada que caracterize uma época. Explicando melhor, nenhuma das bandas que gosto aleatóriamente foram símbolos de uma década, talvez por continuarem existindo. Isso é, RATM e Red Hot Chili Peppers conquistaram muita gente e fizeram muito barulho durante 90, mas esse período era essencialmente do grunge, com Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains. Assim como o de 1980 foi marcado pelo new wave.

Por isso, levando em consideração nichos e tudo mais, os anos entre 1980 e 1990 não foram tão grandes para mim quanto seus antecessores e sucessores. Lembrando que isso é relativo ao meu gosto pessoal (isso aqui é um blog, galera!). Ou seja, essa não é uma crítica às bandas que simbolizaram uma época musical que não fazem parte das minhas preferências, mas sim uma ressalva de concordância ao título de “Salvação do Rock” dado às bandas que, certamente, devem ser lembrados como os principais nomes do rock da década de 2000, ou da década passada (estranho pensar assim!).

Pela banalização do vermelho

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O post de hoje é rápido (eu acho) e rasteiro! Estou aqui simplesmente para protestar a favor da banalização do batom vermelho. Ok, podem rir, mas esse é um assunto muito sério na vida de uma mulher.

Eu, por exemplo, sou louca por batom vermelho mas penso cinquenta mil vezes antes de usá-lo e só uso em baladas e eventos noturnos. Aí é que está a questão: batons vermelhos não são feitos para serem usados somente durante a noite. O difícil é explicar isso pro mundo. Por quê?

Bom, vamos lá…

Você, mulher (durrr), já testou ir de batom vermelho pra faculdade? (Tá, exagerei!) E pegar ônibus de batom vermelho? Já foi em algum dia de manhã até a padaria de batom vermelho?

Se você já fez alguma dessas coisas e continuou linda e feliz retocando seu batom, parabéns… de verdade, sou sua fã. Mas, eu sei que se você é como eu com certeza nunca fez nada disso. Simplesmente por não querer atrair todos os olhares do mundo com ar de “batom vermelho desnecessário a essa hora do dia” para si.

Não é questão de vergonha ou não, é mais uma questão de banalização do batom vermelho, mesmo. Ou seja, o problema não está com quem usa o batom vermelho de dia, na rua, no ônibus, ou sei lá onde. O problema está com quem não o aceita naturalmente. Para, gente! Batom vermelho não é diferente dos outros, só é mais bonito, mais feminino, muito mais elegante ou muito mais rock and roll… depende da escolha de quem usa!

Wathever, depois de todo esse desabafo sobre o preconceito com os nossos amados red lipsticks, uma coisa me conforta: o inverno está chegando! E se tem uma coisa que combina perfeitamente, MESMO DE DIA, com essa cor de batom são os dias nublados, frios e chuvosos de julho. Aí eu me acabo!

Nessas horas eu penso: as europeias é que são felizes em seus mundos luxuosos de roupas de frio e maquiagem bem feita todos os dias!

A busca por uma tattoo

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Eu posso passar horas e mais horas vendo referências de tatuagens na internet. É aquela coisa do “fazer tattoo vicia. Não tem como fazer só uma”. Eu sou um desses casos e estou em busca do meu próximo desenho.

A primeira foi absurdamente fácil. Eu já sabia qual seria o tema do desenho, como queria, com quais detalhes e tudo mais. Aí saiu meu Elvis Presley, em uma espécie de stencil, com um redemoinho de notas musicais e estrelas coloridas em volta. Saiu EXATAMENTE do jeito que eu imaginava. Mais precisamente, assim:

Fiquei com o desenho pronto, feito pelo meu namorado, uns três anos, porque não tinha a menor coragem de enfrentar a dor. Até que respirei fundo e… “vamos lá!”. No final de setembro do ano passado resolvi fazer… e para minha surpresa acabou sendo sem dor, sem sofrimento, sem traumas. Claro que rolou uma bondade do meu tatuador, que me indicou uma pomadinha para passar uma hora antes para abrir os poros, e ainda foi passando pomada anestesiante durante a sessão. Uma beleza! Super indico! Fiz na Blackbird Tattoo.

Mas aí nessa onda de querer fazer outras acabo ficando horas e horas a fio vendo fotos de tatuagens legais. A ideia inicial era fazer a próxima, ou as próximas (não sei), com o mesmo tema: música. Depois mudei de ideia e decidi fazer só tattoos retrô. Agora já não sei mais! Hahaha…

Mas, sem pressa, não é mesmo? Tatuagem é uma coisa que aparece com o tempo, que surge em nossa cabeça e para dar certo é preciso ser “amor ao primeiro pensamento”, assim como foi com meu Elvis. Não acho que a tattoo tenha que, necessariamente, ter um significado, mas precisa sim ser referente a alguma coisa que retrate os gostos ou a personalidade de quem as faz.

Das tattoos que eu estava vendo hoje, separei algumas referências que não seguem exatamente esses temas que citei, mas que de alguma forma têm a ver com as coisas que eu gosto e que, definitivamente, me servem de inspiração e botam minha cabeça pra funcionar.

Adoro pin ups, mas elas são um problema nessa vida! Eu adoro, morro de vontade de fazer, maaaas… acho a coisa mais difícil do mundo achar uma pin up super bem feita a ponto de me encantar.

Eu gosto bastante de Mary Poppins (mais da personagem do que do filme) mas não faria uma. Só escolhi essa como referência porque adoro tatuagens de ícones da cultura e porque não gosto de desenhos reais de rostos e corpos. Mary Poppins em stencil ficou o máximo!

Essa me chamou a atenção por ser a reprodução de um dos stencils do grafiteiro Banksy. Incrível! Banksy é o máximo, se eu fosse fazer uma tattoo ligada a arte, ele com certeza entraria para minha lista de prováveis “homenageados”.

Aspas dispensam explicações. São praticamente a base do jornalismo!

Já essa tattoo eu preciso asumir: não a escolhi por retratar nada. Só por ser linda de morrer mesmo!

Galliano: a despedida (será?)

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Nos dias 4 e 6 desse mês, durante a semana de moda parisiense, aconteceram, respectivamente, os desfiles de inverno da Dior e da grife de John Galliano, mas o estilista  não estava presente em nenhum dos dois para fazer os agradecimentos finais. Então, já que ele tem sido tão crucificado pela mídia pelo mundo todo, vim aqui fazer jus à sua genialidade.

Depois do lamentável episódio no La Perle, bar no bairro do Marais, em Paris, onde Galliano agrediu um casal com ofensas nazistas, afirmando amar Hitler e tudo mais que já sabemos, o estilista foi demitido da Dior e também não apareceu no desfile de sua própria grife, a John Galliano, porque se internou em uma clínica de reabilitação.

Não acho que há justificativa para o comportamento de Galliano, mas acho que há sim uma defesa, não pelas ofensas, mas por sua carreira praticamente (e momentaneamente) destruída. Primeiro que até a própria vítima das ofensas, uma das pessoas que estava na mesa, já deu uma declaração ao jornal Le Parisien falando que tudo não passou de uma briga de bar, que Galliano fez o que fez apenas para provocar e que não acha que o estilista seja contra judeus. Prova disso é que o próprio advogado de John Galliano é judeu e que Viviane Orth, modelo brasileira que desfilou para a grife John Galliano neste último desfile de inverno, tem uma estrela de davi tatuada, não sei se ela é judia ou não, mas alguma ligação com a religião ela tem, e mesmo assim os dois continuam apoiando o estilista. Assim como grande parte das pessoas que fazem parte da indústria da moda.

E eu concordo, acho sim que o mundo hoje é muito mais plural e que nele não há espaço para nenhum tipo de preconceito, principalmente para o antissemitismo. Mas também acho que Galliano não seja antissemita, acho apenas que ele errou, feio! Poxa, Galliano sempre foi o estilista que mais agregou diferentes culturas em suas criações, não é justo que um episódio acabe com toda sua carreira pra lá de brilhante.

Coco Chanel se aliou aos nazistas na Segunda Guerra Mundial e hoje é o que é, o principal nome da história da moda! Um erro esquecido e deixado no passado, tudo por conta de sua importância, originalidade, autenticidade, criatividade e genialidade. Com Galliano a coisa anda bem por aí, é fácil questionar seu comportamento, o difícil é entender o universo fashion sem suas criações.

O último desfile da Dior, na temporada de inverno da semana de moda de Paris, com as criações de Galliano, mas sem sua presença nos agradecimentos finais

Backstreet’ Back Alright

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No sábado fui no show dos Backstreet Boys. Já tinha ido uma vez, há 10 anos, quando tinha 12 anos e foi bem legal poder rever os meus maiores ídolos da pré-adolescência depois de tanto tempo. Fui sozinha mesmo, não poderia perder uma oportunidade dessas. Mas mesmo assim, foi demais! Uma volta no tempo, de verdade. Pura nostalgia!

Eu queria fazer um post especial pro blog, mas acho que não vou conseguir um texto melhor do que o que fiz pro ONNE. Acho que falei nele tudo que eu senti do show, exatamente da forma que eu queria descrever, então vou colocar aqui pra quem não viu o texto por lá, mas aqui vou por minhas próprias fotos. Fiquei muito perto, gente!

Ao sair de casa na noite deste sábado (26), senti uma ansiedade que já me era velha conhecida, a senti há exatos dez anos quando me encaminhava para o Estacionamento do Anhembi (atual Arena Anhembi) para ver o primeiro show dos Backstreet Boys no Brasil, pela turnê Black and Blue. Mas, dessa vez, o cenário era outro – Credicard Hall – e a grande diferença é que a euforia que tomava conta de mim naquela época deu lugar à nostalgia.

Não só para mim, mas para Nick, Howie D., AJ e Brian esses são outros tempos. Da minha parte, a adolescência deu lugar à uma vida adulta e cheia de novas preferências, inclusive musicais. Para eles, além de uma formação diferente, sem Kevin, ainda há uma cultura pop completamente modificada, onde não há espaço para boybands. Já as fãs em geral, são as mesmas, mas com a faixa etária de 20 a 30 anos, e não mais entre 10 e 18.

Mesmo com tantas mudanças dos dois lados, é impossível saber que os seus grandes amores da adolescência voltarão à sua cidade e você não estará lá. Por isso mesmo não resisti. E lá pelas 22h20 vi os quatro Backstreet Boys abrirem o show, que faz parte da turnê This is Us, em São Paulo, com o clássico Everybody. O acesso de choro que tive na apresentação de 2001 foi substituído pelo encantamento e pelo canto empolgado de 2011.

Se eu me sinto velha demais para gritar histericamente, os sinto igualmente velhos para dançarem as coreografias tão elaboradas e sincronizadas de antes. Mas, eles têm plena consciência disso e as deixaram muito menos séries e compenetradas, muito mais descontraídas. Já a qualidade vocal continua a mesma de sempre. Baladas como All I Have to GiveAs Long as You Love MeMore Than That,Shape of My HeartShow Me the Meaning of Being LonelyI´ll Never Break Your HeartQuit Playing Games e Incompleteestavam lá para provar isso.

As dançantes We´ve Got It Going OnThe Call,The One e Larger Than Lifetambém foram cantadas pelo quarteto, assim como as novas PDAThis is UsShe´s a DreamBiggerUndoneAll Of Your Life (You Need Love)Bye Bye Love e If I Knew Then. E para um público uníssono de 10 mil pessoas, Nick elogiou durante o show: “Vocês são as melhores fãs do mundo”. A gente sabe Nick, afinal, que outro grupo pop dos anos 1990 consegue despertar uma plateia igualmente fiel mesmo depois de tanto tempo?

Foi com Straight Through My Heart que os Backstreet Boys fecharam a noite. E as luzes acesas do Credicard Hall tiraram bruscamente as fãs do revival de seus 12, 13, 14 anos e as levaram de volta aos 22, 23, 24… 30! Se eles voltam? Isso ninguém sabe, talvez essa tenha sido a última apresentação do grupo por aqui, talvez não. Mas uma coisa é certa, se voltarem ainda encontrarão a mesma plateia adolescente e apaixonada de sempre. Isso é Backstreet Boys, isso é voltar no tempo!